Projeto Indicadores: A ciência e a produção de conhecimento para a Polícia Militar, em benefício do povo paulista – *Major PM Eduardo Mosna Xavier

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Entre os anos de 2012 e 2016, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) realizou o Projeto Indicadores de Segurança Pública. Idealizado pelo eterno Comandante Geral da Instituição, Coronel PM Roberval, tinha o propósito de avaliar a Sensação de Segurança, a Vulnerabilidade Criminal e a Confiança na Polícia Militar.

Realizado em fases distintas, iniciou com a captação de elementos para a elaboração dos questionários e se findou com a testagem e a apresentação da metodologia de pesquisa e os resultados do “piloto” ao Conselho de Coronéis. A Fundação SEADE foi contratada para o desenvolvimento do método, com a participação de pesquisadores policial-militares como observadores do processo de levantamento de dados e informações, bem como para a aplicação probabilística na inferência do conteúdo produzido, com foco na eficácia e eficiência do potencial resultado para a maximização a todo o Estado de São Paulo.

PROJETO INDICADORES

O Projeto Indicadores iniciou com uma Pesquisa Qualitativa. Foram realizados 25 Grupos Focais, sendo 21 na Capital e 4 em São José dos Campos. Esse método de produção do conhecimento reúne de 5 a 8 pessoas com as mesmas características (sexo, idade, renda, escolaridade, etc), para discutir livremente sobre os 3 temas, com a presença de um Mediador-Pesquisador que não deve interferir na conversação.

Com o uso da chamada “Técnica do Espelho”, outros pesquisadores observam, por filmagem, numa sala apartada, a discussão em tempo real. Toda a conversa, com duração máxima de 1 hora, é gravada e degravada para análise científica com o uso de “palavras-chave” repetidas. Cabe destacar que os participantes devem, obrigatoriamente, desconhecer sobre a temática a ser abordada.

Após essa 1ª Fase, iniciando a Pesquisa Quantitativa, a Fundação SEADE elaborou um questionário semi-estruturado, contendo 50 perguntas, que abordavam o objeto da pesquisa. A sensação de Segurança se correlaciona com as impressões externas que, para as pessoas, podem resultar no sentimento de “medo”. A Vulnerabilidade Criminal avalia a possibilidade dos entrevistados se tornarem vítimas de qualquer tipo de delito. Por fim a Confiança na Polícia Militar avalia a credibilidade que o público tem para acionar à Instituição com ênfase na prestação de serviços de natureza preventiva ou repressiva imediata.

PESQUISA-PILOTO

A Pesquisa-Piloto foi aplicada em 2 regiões da Capital Paulista, em 2014: o Centro e a Zona Leste. Foram entrevistadas 857 pessoas, divididas em 195 setores censitários, determinados por aferição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os censoristas do SEADE selecionaram residências utilizando critérios por amostragem, com propósito finalístico na entrevista com núcleos residenciais que possibilitassem a maximização dos dados quantitativos, atendendo a perspectiva de uma pesquisa de natureza humano-social (95% de certeza, com margem de erro de 5% para mais ou menos). Cabe destacar que um dos locais onde foi testada a metodologia coincidiu com a Área de Interesse de Segurança Pública (AISP) afeta à Copa do Mundo de 2014, no entorno da Neoquímica Arena, onde o referido certame teve o jogo de abertura e outras partidas, incluindo, uma das semifinais do Campeonato, fato este de Impacto para a testagem dos indicadores.

RESULTADOS QUANTITATIVOS

Os Resultados Quantitativos obtidos evidenciaram o excelente trabalho realizado pela Força Pública Bandeirante: 85% da população se manifestou como plenamente segura no Estado de São Paulo; apenas 25% indicou se sentir vulnerável ou exposta à se tornar vítima de um crime; já 80% dos respondentes afirmaram confiar plenamente nos serviços prestados pela PMESP.

ESTUDO-OBJETO

Como o estudo-objeto deste ensaio findou-se há quase 8 anos, seria premente uma Atualização da pesquisa quali-quanti, enfatizando a chamada “calibragem” das questões, atendendo o importante critério de Tempo-Espaço, imprescindível para a produção de qualquer conhecimento de natureza científica.

Entretanto, impossível não ressaltar o esforço sinergético da Instituição em buscar a Ciência para conhecer a Verdade a respeito de sensações (externas), percepções (internas) e opiniões (sem a interferência casuística). Numa modernidade líquida, onde a realidade é etérea, o uso criterioso de Método pode mitigar a proliferação das famigeradas “fake news”, que causam retumbante prejuízo imagético, pois, confundem erros pessoais com a representação organizacional. Foco na Ciência! Foco na Verdade! Foco na Missão!

*Major PM Eduardo Mosna Xavier (Subcmt do 14° BPM/M, Doutor em Ciências Policias pelo CAES e Doutor em Educação pela USP) Subcmt do 14° BPM/M)

Foto: Polícia Militar

 

 

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