No Dia de Finados, psicóloga ensina a lidar com o luto

Compartilhe

Tradição nascida ainda na Idade Média, o Dia de Finados revela, em diferentes graus, a relação que a cultura de cada país mantém com a ideia de finitude da vida. Para a psicóloga Tânia Melo, da Clinipae, empresa pertencente ao Grupo Riopae, que oferece atendimento médico na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, esse é o momento onde a humanidade consegue refletir sobre a morte ao mesmo tempo em que vivencia a memória de entes e amigos queridos que se foram, mantendo-os vivos num outro patamar.

“O objetivo do Dia de Finados é lembrar dos entes mortos e demonstrar que, como não foram esquecidos, permanecem vivos de alguma forma. É algo que tem ligação com o saber coletivo como meio de superar o luto. Em algumas culturas a morte de alguém só é considerada quando ela é esquecida”, salienta Tânia.

Segundo ela, trata-se de uma expressão coletiva sobre sentimentos muito íntimos e individuais, que acaba servindo como um meio de entendimento daquilo que liga toda a humanidade: a certeza da morte.

“A morte é o capítulo final da vida. Cada cultura encara essa questão de uma forma. No México, por exemplo, há uma comemoração de três dias, com as pessoas mascaradas, numa grande festa. Na Guatemala, eles soltam pipas gigantes para simbolizar a alma. No Japão, também há uma comemoração marcante, pois eles acreditam que os ancestrais vão retornar algum dia. O objetivo central é sempre celebrar e lembrar os entes mortos e nos atentar que a vida tem um ponto final”, explica a psicóloga.

Tânia destaca que o luto é uma fase em que com a consciência da perda tem ligação direta com o vínculo que se tinha com a pessoa falecida e a vivência que tiveram juntos.

O luto é algo natural e necessário para que possamos passar para segunda fase, que é viver sem esse ente querido próximo. Existem algumas fases comuns a quase todas as pessoas. Cada qual as vive numa dinâmica própria. Em geral, as pessoas negam a dor e buscam seguir a vida normalmente. Depois, começa a verbalizar o vazio deixado pela morte do outro, de forma muitas vezes raivosa e indignada. Até o momento em que a ficha cai e a tristeza se instala de forma bem intensa.

É nesta fase, segundo Tânia, que a pessoa corre risco de cair em depressão. Para evitar que algo assim ocorra, é importante ter acompanhamento e acolhimento.

Cada um tem que vivenciar o seu próprio tempo de luto. E é fundamental que exista esse momento, para que a dor possa ser atenuada, que essa ruptura se dê de forma natural. É um processo doloroso, porém necessário para que a pessoa possa seguir adiante. É importante não confundir o luto com a saudade, que pode durar muito tempo.

Ela também salienta o estresse maior que pode haver em uma perda abrupta. O importante, nesses casos, é que a pessoa possa ter com quem se expressar sempre que necessitar.

Essa é uma situação que pode fazer com que a pessoa fiquei mais tempo retida na fase da negação. Por isso, a busca por ajuda profissional pode auxiliar muito.

*Dra. Tânia Melo é psicóloga da Clinipae na empresa pertencente ao Grupo Riopae

Foto: Divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.