Contra a natureza do próprio homem: Trágico feminicídio, ocorrido em Osasco, na tarde da segunda-feira, 08 de abril, induz às inescapáveis reflexões sobre passionalidade e machismo! – *

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No início da tarde da segunda-feira, 08 de abril de 2024, um crime estarrecedor contra a vida chocou a sociedade osasquense. Um jovem, de 25 anos, após término de relacionamento com a namorada, de 15 anos, a perseguiu veladamente próximo à sua residência e, usando uma máscara alusiva ao filme “V de Vingança”, desferiu dois disparos com um revólver calibre 38 contra a cabeça da adolescente. Populares acionaram imediatamente o SAMU, que chegou ao local em menos de 5 minutos.

Já o algoz foi cercado e abordado 15 minutos depois, não oferecendo resistência e sendo preso em flagrante delito. A menina foi socorrida ao Hospital das Clínicas da Capital, com o apoio do Helicóptero Águia 7. Até o momento da decolagem, ela teve três paradas cardíacas. Como desfecho, o criminoso foi preso por tentativa de feminicídio. Já a vítima, foi submetida à cirurgia cerebral, porém, não resistiu vindo a falecer na noite da segunda-feira, 08 de abril, de acordo com o BO EV8112-2 tendo como causa possível do óbito declarado “morte encefálica e choque refratário”.

Esse emblemático e fatídico episódio se materializa com o um fenômeno dos mais tristes e abomináveis na sociedade contemporânea! A mulher representa nossa própria razão de ser e existir. Através das mães, viemos ao mundo. Nossas irmãs, filhas, avós, tias, primas e madrinhas representam o laço de carinho, ternura e de sensibilidade, que possibilita que o afeto e a empatia se desenvolvam entre os seres humanos.

Num cotidiano cada vez mais frio, imparcial e cruel, potencializado pelos vieses positivos e negativos da 4ª Revolução Industrial, conhecida como a era digital, os sentimentos típicos e exclusivos da feminilidade nos equilibram na busca de um futuro mais compreensivo e, por assim dizer na plena acepção da palavra, até mais humano.

O escabroso e infeliz caso nos rememora sobre um problema enraizado em nossa evolução. Muito embora seja enfrentado por diversas políticas públicas multidisciplinares, engajando uma série importante de atores sociais públicos e privados, o machismo estrutural ainda dá fortes mostras de coexistir em nossa contemporaneidade. Situações “limites” de contrariedade afetiva, como a vivenciadas pelo jovem, resultam numa ilação primitiva e descabida de que a força deve ser imposta à mulher por não se submeter à vontade do homem! Tal raciocínio nos dias atuais, onde a produção de novos conhecimentos praticamente duplica no mundo em apenas 10 anos, é inconcebível!

Outro elemento importante de discussão é a passionalidade presente nestes atos de força e violência, majoritariamente praticados pelo homem contra a mulher. Mesmo com mais de 10 anos de vigência de um dos instrumentos jurídicos mais importantes no Brasil para combater este mal, a Lei Maria da Penha, bem como o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação para mitigar e inibir a violência doméstica, o aplicativo SOS MULHER; reincidência de casos como estes realmente mostram que, ainda, o domínio das emoções desenfreadas pelos homens se materializa num problema a ser enfrentado pelas famílias, desde o berço e tenra idade, passando por uma maturação reflexiva nos bancos escolares, tentando emoldurar uma masculinidade mais reflexiva sentimentalmente para as próximas gerações. não se esqueçam, homens: essa adolescente em coma também tem um pai, amigos e parentes do sexo masculino. Como você se sentiria sabendo que um ente querido seu estivesse nessa situação?

As mulheres estão mais do que preparadas para dividirem, em igualdade de oportunidades, a condução da raça humana e a prospecção de cenários futuros. Muito embora, na área política, não ocupem medianamente as cadeiras em cargos eletivos, elas estão em todas as outras profissões, sobretudo nas mais importantes e emblemáticas, com destaque para a tríade que sustenta toda e qualquer civilização evoluída: Saúde, Educação e Segurança!

Na Polícia Militar do Estado de São Paulo, elas são 35% do efetivo! Considerando que, até o final da década de 1950 não havia mulheres na Força Pública bandeirante, este percentual apresenta mostras claras e significativas de que, num breve futuro, teremos alcançado a democrática parcialidade mediana entre homens e mulheres!

POR UMA SOCIEDADE QUE RECONHEÇA E RESPEITE AS MULHERES! FOCO NA MISSÃO!

*Maj PM Eduardo MOSNA XAVIER (Doutor em Educação pela USP e em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES).

*Cap PM Vinícius COELHO (Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo CAES).

*1° Ten PM JOSIANE CATANHO DA SILVA (Bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pela APMBB, Bacharel em Desenho Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz e Bacharel em Educação Física pela Faculdade Anhanguera).

Foto: Polícia Militar

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