Pierre Bourdieu, importante sociólogo francês da segunda metade do Século XX, criou o conceito de Violência Simbólica, definindo essa forma indireta de agressão como a danificação proposital de um comportamento, imagem ou atividade, realizado pela Opinião Pública (influenciada pela mídia) contra uma pessoa ou uma Instituição. Assim, os prejuízos causados por tal estereotipia atingem a Imagem e a credibilidade, influenciando incisivamente o Juízo de Valor do “alvo”, classificando genericamente o Símbolo representativo do “alvo” perante a sociedade.
Como produto desta equação nefasta, o Rótulo criado eleva-se para uma condição de Paradigma, portanto, insuperável e insubstituível, causando sensíveis e irreparáveis cancros a serem administrados, por vezes, por um longo período de tempo. A Falibilidade é uma das principais características que nos identifica como seres humanos. O Erro é parte indissociável de nossa natureza.
Mesmo utilizando as Máscaras Sociais necessárias para a execução das atividades profissionais (visto que, nem sempre, utilizamos 100% de nosso tempo laboral para entregar produtos ou serviços de nosso agrado), as múltiplas Adversidades que permeiam as relações humanas podem, de forma indesejada, produzir atitudes rotuladas como Erradas perante a comunidade.
Cabe acrescentar, neste diapasão, o Recorte de Tempo e de Espaço produzidos pela captação epidêmica de Imagens e Filmagens que, facilmente, podem ser deturpadas de significado conforme o contexto e a intenção interpretativa do emissor, responsável por descrever (na sua subjetiva percepção), o episódio “recortado”.
Todo esse arrazoado argumentativo serve como sucedâneo para ilustrar o atual momento de Violência Simbólica sofrido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, produzido por alguns veículos de imprensa. Em 2024, PMESP realizou 11 milhões de atendimentos 190 ou 193, com 3,4 milhões de ocorrências cadastradas, 1,2 milhões de orientações ao público. Foram 193 toneladas de drogas apreendidas, bem como 6,5 mil armas retiradas das ruas e 129 mil pessoas presas (dados do Centro de Operações da PM – COPOM).
Todos esses dados são a Verdade sobre o que foi a referida Instituição no ano passado. Fatos, individuais e totalmente aleatórios, eivados de erros, Não Representam o Significado da Força Pública Bandeirante. Afinal, os bancos escolares – responsáveis por formar e forjar seus futuros integrantes – não ensinam absolutamente nada relacionado ao que é ilegal.
Desafiamos a qualquer leitor que duvide de tais afirmações para consultar os extensos currículos dos Cursos de Formação de Soldados e de Oficiais, com milhares de horas-aula, para que encontrem, pelo menos, um tema eticamente questionável perante o que a sociedade historicamente classificou como Bem Comum. O erro, subjetivo e personalista – portanto não-organizacional – de pouquíssimos não podem macular a História de uma Instituição, cuja Memória resgata a Segurança e a Proteção do povo paulista desde 15 de dezembro de 1831.
Vamos Combater a Violência Simbólica Contra a PMESP! Vamos publicar e compartilhar as milhares de Boas Práticas diárias que os Policiais Militares realizam em nossas redes e mídias sociais! Vamos Juntos! Foco na Missão!
*Major PM Eduardo Mosna Xavier (Subcmt do 14° BPM/M, Doutor em Ciências Policiais pelo CAES e Doutor em Educação pela USP)
Foto: 14º BPM/M