Inaugurado em 06 de novembro de 1892, o Viaduto do Chá foi a primeira grande ponte urbana de São Paulo, simbolizando a modernização da cidade no final do século XIX. A iniciativa partiu do arquiteto e litógrafo francês Jules Martin, que, ao perceber a necessidade de conectar as duas margens do Vale do Anhangabaú, propôs a construção de uma passagem elevada.
A estrutura original era composta por cerca de 3 mil peças metálicas importadas da Alemanha, que chegaram numeradas para facilitar a montagem. Inicialmente, para atravessar o viaduto, os pedestres pagavam uma taxa de três vinténs (60 réis), o que lhe rendeu o apelido de “Viaduto dos Três Vinténs”. A cobrança foi abolida em 1896, após pressão popular.
Foto: Viaduto do chá Acervo Fundação Energia e Saneamento
O nome “Viaduto do Chá” deriva do Morro do Chá, uma área onde, há mais de dois séculos, existiam plantações de chá-da-índia no Vale do Anhangabaú. Essas plantações deram nome ao morro e, consequentemente, ao viaduto.
Com o crescimento da cidade, a estrutura metálica começou a não suportar mais o volume de pessoas. Em 1938, foi inaugurada a nova versão do viaduto, desta vez em concreto armado e com o dobro da largura original. Curiosamente, a construção do novo viaduto ocorreu enquanto o antigo ainda estava em uso, e sua demolição começou no mesmo dia da inauguração da nova estrutura.
Jules Martin está sepultado no Cemitério da Consolação. Seu túmulo pode ser visitado por meio de passeios mediados por Francivaldo Gomes, mais conhecido como Popó, que há mais de duas décadas realiza esse trabalho na unidade.
Túmulo de Jules Martin no Cemitério da Consolação
O Viaduto do Chá permanece como um dos marcos da engenharia e urbanização paulistana, testemunhando as transformações da cidade ao longo dos séculos.
VISITAÇÃO MEDIADA
Todas as segundas-feiras do mês ocorre uma visita mediada no cemitério da Consolação, os ingressos são disponibilizados de forma gratuita semanalmente.
Onde: Cemitério da Consolação (Rua da Consolação, 1660 – Consolação, São Paulo).
Quanto: Grátis – Reservar ingresso no Sympla.
Foto:Ágatha Alves