O mês de junho é marcado por uma importante mobilização social: o Junho Violeta, campanha dedicada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a pessoa idosa. O ponto alto da iniciativa é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado neste domingo, 15 de junho, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) que visa promover o respeito e a dignidade das pessoas com 60 anos ou mais.
A proposta do Junho Violeta é ampliar o debate sobre os diversos tipos de violência praticados contra pessoas idosas, muitas vezes invisibilizados ou naturalizados no cotidiano. A campanha busca alertar para práticas que violam direitos e afetam a saúde física, emocional e econômica de pessoas com 60 anos ou mais, além de estimular políticas públicas que garantam proteção, respeito e promovam um envelhecimento ativo e saudável.
Segundo dados do Disque 100, mais de 72.246 mil denúncias de violência contra pessoas idosas foram registradas apenas no primeiro semestre de 2025 em todo o Estado de São Paulo. A violência contra a pessoa idosa pode se manifestar de diversas formas, nem sempre perceptíveis, de imediato.
ENTRE AS MAIS COMUNS ESTÃO
Violência física: agressões que causam dor, ferimentos ou incapacidade;
Violência psicológica: humilhações, ameaças, intimidação ou isolamento social;
Violência sexual: práticas sexuais não consentidas ou coercitivas;
Violência financeira ou patrimonial: uso indevido de bens, pensões ou recursos da pessoa idosa;
Negligência: omissão de cuidados necessários por parte de responsáveis;
Abandono: ausência deliberada de assistência familiar, institucional ou estatal;
Autonegligência: descuido da própria saúde e segurança, frequentemente por solidão ou depressão.
Outro aspecto preocupante é o etarismo, forma de discriminação baseada na idade, que contribui para a exclusão social e a desvalorização das pessoas idosas. Muitas vezes sutil, o preconceito etário interfere no acesso a serviços, na convivência familiar e até na representação das múltiplas velhices na sociedade.
COMO E ONDE DENUNCIAR?
O combate à violência contra pessoas idosas exige participação ativa da população. Em caso de suspeita ou confirmação de maus-tratos, é fundamental realizar a denúncia, por meio dos canais disponíveis:
Disque 100 (Direitos Humanos) – atendimento gratuito e sigiloso, 24 horas por dia;
Polícia Militar – 190, para situações de risco iminente;
Delegacias da Polícia Civil ou Delegacias do Idoso, presencial ou online;
Aplicativo Proteja Brasil;
Defensoria Pública de SP – 0800 773 4340.
POLÍTICAS PÚBLICAS EM DEFESA DA PESSOA IDOSA
No Estado, o Programa São Paulo Amigo do Idoso (SPAI), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS), atua em diversas frentes de proteção e inclusão da população idosa. Entre os projetos em andamento, destacam-se:
Centro Dia do Idoso (CDI) e Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCI), que oferecem atividades de convivência e cuidado;
Selo Paulista da Longevidade, certificação para municípios com boas práticas voltadas às pessoas idosas, em diferentes políticas públicas.
Para além de concentrar essas ações junto aos municípios paulistas, o SPAI trabalha também de forma integrada com as universidades, incentivando o fomento de pesquisas na área do Envelhecimento Ativo e Saudável, assim como sensibilizando e incentivando a formação continuada de profissionais que atuam com a temática.
Vale destacar que a pauta do Envelhecimento na Secretaria de Desenvolvimento Social é ampla e dialoga com outros serviços que se interseccionam com o Programa São Paulo Amigo do Idoso, tais como:
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF);
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Pessoas Idosas (executados nos Centro de Referência de Assistência Social- CRAS e/ou por Organizações da Sociedade Civil);
Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas;
Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);
Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;
Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas;
Acolhimento na modalidade República, como o Programa Vida Longa.
ENVELHECER COM DIGNIDADE É UM DIREITO
A violência contra a pessoa idosa é uma violação dos direitos humanos e um desafio urgente de toda a sociedade. Promover o respeito, garantir ambientes seguros, fortalecer os vínculos familiares e sociais e valorizar a contribuição das pessoas idosas são passos fundamentais para transformar essa realidade.
Fonte: Agência SP