Sinistros de Trânsito: Um problema para o Sistema Único de Saúde! – *Roger de Amorim Bastos

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Os acidentes de trânsito no Brasil representam não apenas um desafio para a mobilidade urbana, mas também uma grave questão de saúde pública, com impactos significativos sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Dados divulgados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET) apontam índices alarmantes: em 2024, foram registradas 227.656 internações hospitalares decorrentes de sinistros de trânsito, o que equivale a uma vítima recebendo atendimento de emergência a cada dois minutos.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio de estatísticas divulgadas recentemente, informou que, entre 2023 e 2024, foram gastos mais de 130 milhões de reais com internações e consultas na rede pública de saúde relacionadas a acidentes de trânsito. No mesmo período, foram contabilizados mais de 118 mil atendimentos apenas no Estado.

Essa quantia alarmante de recursos destinados ao tratamento de vítimas de sinistros de trânsito poderia ser redirecionada para atender outras necessidades urgentes do SUS, como o tratamento de pacientes em filas de espera, aquisição de equipamentos, e melhorias estruturais nas unidades hospitalares. Em resumo, esses recursos poderiam ser mais bem aproveitados em diversas áreas que também demandam atenção e urgência.

Diante desse cenário preocupante, surgiu a campanha “Maio Amarelo”, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.

Em 2021, em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021–2030, com a meta de reduzir em pelo menos 50% as mortes e lesões no trânsito até 2030.

Para alcançar essa meta, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) editou diversas resoluções, estabelecendo temas e cronogramas para campanhas educativas de trânsito, além de determinar mensagens de impacto a serem veiculadas obrigatoriamente nos meios de comunicação. A Resolução CONTRAN nº 1014, de 14 de outubro de 2024, consolida essas diretrizes para o ano de 2025.

Dessa forma, todos os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito têm a responsabilidade e a obrigação de cumprir metas e adotar ações que contribuam para a redução dos sinistros no país.

A IMPORTÂNCIA DA FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Atualmente, é comum vermos críticas às fiscalizações de trânsito nas redes sociais, podcasts, jornais e na mídia em geral — inclusive por parte de algumas autoridades. No entanto, muitas dessas críticas ocorrem por falta de informação técnica ou conhecimento sobre os benefícios que essas ações proporcionam à segurança pública e à saúde.

A educação e a conscientização da população são fundamentais para mudar essa percepção. A fiscalização não deve ser vista apenas como uma forma de controle, mas sim como uma ferramenta essencial para salvar vidas, reduzir os custos com saúde pública e melhorar a qualidade de vida nas cidades.

Em Osasco, o 14º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano compreende a importância da fiscalização de trânsito e continuará atuando firmemente no combate às infrações, sempre com o objetivo de preservar vidas.

Em todo o Estado de São Paulo houve uma redução de quase 5 mil sinistros de trânsito, segundo dados do INFOSIGA — base de dados do DETRAN/SP — o que representa uma média de quase 13 sinistros a menos por dia. São muitas vidas salvas e inúmeras famílias que deixaram de sofrer a dor da perda. Essa é a nossa meta. Esse é o nosso trabalho.

CIDADÃO, FAÇA SUA PARTE

Valorize as ações de fiscalização. Cuide dos pedestres, respeite a sinalização, realize a manutenção preventiva do seu veículo. Seja cauteloso e preventivo, sempre pensando na segurança no trânsito. Mantenha a distância segura, use o cinto de segurança, evite o uso do celular ao dirigir. Com responsabilidade e colaboração juntos podemos vencer essa guerra contra as mortes no trânsito.

*Cabo PM Roger de Amorim Bastos é Graduado em Direito e Pós-graduando em direito de trânsito pela faculdade Legale / Pós-graduando em direito Penal e Processo Penal pela Escola Paulista de Direito

Foto: 14º BPM/M

 

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