Como parte das ações de aprimoramento profissional da rede municipal de Saúde, a Secretaria de Saúde, através da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica, promoveu, no dia 30 de outubro, na Etec Antônio Furlan, palestra sobre a importância da vitamina B12 e os impactos de sua deficiência.
A palestra foi conduzida pelo professor Guilherme Wataru Gomes, doutor pelo programa de pós-graduação em Farmácia (Fisiopatologia e Toxicologia) do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade de São Paulo (USP).
A vitamina B12, também denominada cianocobalamina, é responsável pela manutenção e desenvolvimento do sistema nervoso.
“A gente sabe a importância da alimentação adequada para não causar a deficiência dessa vitamina, mas também pessoas com absorção inadequada podem provocar a deficiência dessa vitamina no organismo, gerando grandes impactos à nossa saúde, como anemia e problemas neurológicos”, disse Gomes.
O especialista esclarece que sua fonte é exclusivamente de origem animal, porém, ela também pode ser produzida de forma vegana. “A produção da vitamina B12 para os veganos acontece a partir de bactérias. Aqueles que desejam seguir essa dieta precisam procurar sempre a orientação médica”, afirma.
PREVALÊNCIA
Guilherme apontou que o aumento da necessidade da vitamina ocorre em mulheres grávidas, idosos, pessoas com hipertireoidismo e com câncer disseminado.
O farmacêutico ressaltou ainda que a maior prevalência da deficiência da vitamina B12 em pessoas com comprometimento da sua absorção por causas gástricas e intestinais e até mesmo por uso indiscriminado de fármacos como Neomicina, Omeprazol, Metformina, dentre outros.
“O uso de Omeprazol a longo prazo, por exemplo, pode causar a deficiência da vitamina. Assim como a cirurgia bariátrica, pois esse procedimento retira partes importantes do estômago e do intestino e pode comprometer a sua absorção”, frisa.
Segundo Guilherme, a deficiência da vitamina B12 é bem mais complexa do que associam a anemia, listando os problemas ligados ao sistema nervoso.
“Os problemas neurológicos causados são: degeneração subaguda da medula espinhal; prejuízo da função nervosa sensorial e periférica, comprometimento cognitivo, depressão, perda da audição e degeneração macular. Nas crianças, ocorre prejuízo no desempenho escolar, no desenvolvimento mental e social, na memória de curto prazo”, comenta.
Foto: Beatriz Lucato/Secom