Comando = Inteligência + Comunicação: A verdadeira competência dos Comandantes na Polícia Militar!

Compartilhe

Os bancos escolares do Curso de Formação de Sargentos na Escola Superior de Sargentos (ESSgt) e da Escola de Oficiais na Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB) replicam o ato de COMANDAR como um sinônimo de EXEMPLO, utilizando a acepção literal de seu significado – Comandar = mandar junto.

Neste sentido, estar à frente de seus comandados e prezar por ser participativo em todas as suas ações e interações parte como pressuposto máximo nas funções destes. Em outras oportunidades, surge o verbo LIDERAR como sinônimo de COMANDAR. Neste condão, os Comandantes devem ter uma personalidade reflexiva, proativa e reativa extremamente peculiar, contagiando ideias e sugerindo comportamentos para que seus liderados cumpram seus deveres com foco no êxito da missão desejada.

COMANDAR

As premissas avençadas anteriormente, sem sombra de dúvidas, são características importantes para COMANDAR. Contribuem diretamente para que o trabalho realizado por todos os superiores seja mais incisivo e direto. Entretanto, O QUE PRECISA SER FEITO PARA COMANDAR? A ascendência hierárquica pode ser materializada por diversas formas na Instituição. Um superior pode exercer a função de CHEFE, neste caso, terá o encargo de tornar o fluxo burocrático de demandas EFICAZ E EFICIENTE (atingir os objetivos almejados no menor tempo possível, gerando o mínimo de esforço necessário).

Um Oficial também pode realizar o labor de DIRETOR; neste mister, dirige os esforços, meios e ativos disponíveis para alcançar o objetivo finalístico do órgão que dirige. Em outro diapasão, a LIDERANÇA, por sua vez, não é uma prerrogativa específica e exclusiva daqueles que devem comandar; é uma característica interpessoal que pode ser desenvolvida por todo policial militar para que possa ser um EXEMPLO para os demais irmãos(ãs) de farda e para a sociedade, influenciando pessoas e processos por suas condutas e ações.

Enquanto as citadas atribuições/características podem ser classificadas, nomeadas e estudadas, a nobre missão de COMANDAR é muito mais ampla e generalista, principalmente na Polícia Militar do Estado de São Paulo, onde temos do COMANDANTE DE GRUPO PATRULHA (CGP – função de Sargento) até o COMANDANTE GERAL DA PM (função de Coronel PM). A AMPLITUDE FUNCIONAL, entretanto, não pode ser escusa para não termos algumas “linhas mestras” que aproximem e identifiquem a funções aparentemente tão díspares, mas que comumente exigem o verbo COMANDAR como seu principal fundamento.

INTELIGÊNCIA

Segundo as FORÇAS ARMADAS, o COMANDO exige que o profissional revestido de tal atribuição tome (ou deixe de tomar) qualquer atitude BASEADO EM duas PREMISSAS, simultaneamente essenciais. A primeira aptidão é a INTELIGÊNCIA, capacidade de absorver dados e informações, transformando-as em conhecimentos necessários para o cumprimento de sua missão. O Comandante INTELIGENTE qualifica as fontes de recebimento de demandas, realizando um diagnóstico crítico e multidisciplinar, prospectando cenários e, por fim, decide baseado na efetividade no emprego dos ativos tangíveis e intangíveis à sua disposição. Neste diapasão, A REFLEXÃO É FUNDAMENTAL, mesmo que a tomada de decisão exija um tempo resposta exíguo. A EXPERIÊNCIA do Comandante, embora seja fundamental, deve ser reforçada com sua CAPACITAÇÃO E ATUALIZAÇÃO CONSTANTES, uma espécie de “círculo virtuoso” que o deixará preparado, ininterruptamente!

O outro componente essencial dessa equação, a COMUNICAÇÃO, impele o comandante a utilizar o CANAL mais adequado para transmitir os conhecimentos produzidos pela Inteligência, permitindo que a MENSAGEM alcance o RECEPTOR sem qualquer tipo de ruído ou desvio. Tal diapasão se aplica tanto para o processo comunicativo destinado ao público INTERNO (Policiais Militares) como EXTERNO (Sociedade). O claro e inequívoco entendimento sobre a idealização da EMPATIA também é essencial. Colocar-se no lugar do público que se pretende retransmitir os conhecimentos facilita toda sua gestão. O uso dos MEIOS adequados e específicos, com criatividade, também gera facilidades e aproxima aqueles que recebem a mensagem, pois cria uma IDENTIDADE que rompe eventuais fronteiras ou contradições.

COMANDO = INTELIGÊNCIA + COMUNICAÇÃO!

Enfim, podemos sintetizar esse ensaio com essa breve e direta equação: COMANDO = INTELIGÊNCIA + COMUNICAÇÃO! Tais premissas devem perpassar pelas mentes de todos aqueles(as) que desejam dignificar o nobre e edificante sacerdócio de COMANDAR, principalmente os Oficiais, honrando as palavras escritas, há várias décadas, no telhado do refeitório da Academia de Polícia Militar do Barro Branco: “ESCOLA DE COMANDANTES”. FOCO NA MISSÃO!

*Major PM Eduardo Mosna Xavier – Subcomandante do 14º BPM/M, Doutor em Ciências Policiais pelo CAES e Doutor em Educação pela USP.

Foto: 14º BPM/M

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.