Filgueiras coordena o estudo por meio do Laboratório de Neuropsicologia Cognitiva e Esportiva (LaNCE), em parceria com o Dr. Matthew Stults-Kolehmainen, do Yale New Haven Hospital, nos EUA. Para a realização da pesquisa, 1.460 pessoas 23 estados e todas as regiões do País responderam a um questionário on-line com mais de 200 perguntas, em dois momentos específicos, de 20 a 25 de março e de 15 a 20 de abril.
De acordo com os dados analisados, as mulheres são mais propensas do que os homens a sofrer com estresse e ansiedade durante a quarentena. Outros fatores de risco são: alimentação desregrada, doenças preexistentes, ausência de acompanhamento psicológico, sedentarismo e a necessidade de sair de casa para trabalhar. Já para depressão, as principais causas são idade mais avançada, ausência de crianças em casa, baixo nível de escolaridade e a presença de idosos no ambiente doméstico.
De acordo com o professor Alberto Filgueiras, os resultados sugerem um agravamento preocupante.
Por outro lado, a pesquisa sinaliza que quem recorreu à psicoterapia pela internet apresentou índices menores de estresse e ansiedade. Da mesma forma, aqueles que puderam praticar exercício aeróbico tiveram melhor desempenho do que os que não fizeram nenhuma atividade física, ou que praticaram apenas atividade de força.
Mas Filgueira faz um alerta, pois a pressão social pode acabar impondo mais estresse às pessoas, em tempos de isolamento.
– Esse período da quarentena não é o momento de mudar seus hábitos radicalmente. Isso pode gerar ainda mais angústia. Respeite seu estilo de vida e seus limites – reforça.
Nos próximos meses, a pesquisa terá continuidade com novos ciclos de aplicação do questionário, enquanto durar a quarentena.