“Cada” Ocorrência é uma “Única” Ocorrência: a interferência da competência e da experiência na tomada de decisão do profissional em segurança pública! – *Major PM Eduardo Mosna Xavier

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Cada Ocorrência é uma Única Ocorrência! Esse mantra é repetido exaustivamente nas aulas dos Cursos de Formação de qualquer agente de segurança pública. Tal oração evidencia que todos os atendimentos e intervenções do Policial com a sociedade são Únicos e Singulares. Embora as naturezas de ocorrências se repitam, o Tempo, o Espaço, os Envolvidos e, principalmente, a Tomada de Decisão, variam conforme duas características específicas e singulares para cada profissional da área de segurança pública: a Competência e a Experiência!

CONHECIMENTO – HABILIDADE – ATITUDE

A Competência é o conjunto de atributos adquiridos a partir do ingresso de um Policial em sua respectiva Instituição. Sejam nas aulas teóricas ou práticas, estudos de caso, habilitações, formações ou especializações, em toda oportunidade de aprendizado, o Agente de Segurança Pública poderá adquirir três aptidões que, somadas, resultarão em sua competência, quais sejam: Conhecimento (apreender dados e informações meramente intelectivas), Habilidade (apreender atitudes e gestos práticos) e Atitude (decidir sobre a conveniência e oportunidade de se aplicar o conhecimento e a habilidade no caso concreto). Notadamente, a tríade sugerida é essencial, entretanto, a tomada de decisão sempre partirá do terceiro atributo, já que a conduta Comissiva (fazer) ou Omissiva (não fazer) dependerá do foro íntimo do Policial ou do resultado opinativo majoritário ou hierárquico da Equipe.

A Experiência profissional também se imbrica nesta complexa interface que compõem o processo decisório. A vivência diária com o serviço permite a aquisição natural de uma importante vivência, possibilitando o acúmulo sucessivo de episódios que flexibiliza uma espécie de prospecção de cenários: o policial consegue intuir as possibilidades e potenciais desfechos para todo e qualquer movimento que realiza num cenário crítico sabendo que, para cada AÇÃO, haverá uma natural REAÇÃO por parte do oponente. Esta premissa operacional, embora não controlável por parte do profissional, efetivamente é adquirida pela vontade daquele que se permite apreender com a rotina diária do serviço.

Qual destas importantes ferramentas operacionais será a mais importante no processo de tomada de decisão do Policial? A resposta é simples: AMBAS! Enquanto a COMPETÊNCIA e seus atributos fornecem condições mínimas para que os Agentes apliquem as TÉCNICAS POLICIAIS (procedimentos policiais aprendidos previamente), a EXPERIÊNCIA permitirá o uso das TÁTICAS POLICIAIS (adaptação dos procedimentos operacionais com o cenário específico de intervenção, considerando as características únicas e exclusivas de cada ocorrência).

Competência (técnica) e Experiência (tática) tem impacto de decisivo numa atividade vital ao(a) patrulheiro(a), que atende as mais diversificadas ocorrências: o Escalonamento do Uso da Força! A escolha sobre O QUÊ e COMO FAZER perpassa, necessariamente, por essas duas aptidões que, conjuntamente, determinam as AÇÕES(INAÇÕES) dos Agentes de Segurança envolvidos.

Cada Policial, em sua TRILHA DE CARREIRA, se constitui por um percurso formativo e informativo ÚNICO, que determinará qual(is) procedimentos serão tomados, desde a abordagem e o uso da COMUNICAÇÃO PROPOSITIVA, até o EMPREGO DA FORÇA LETAL. Neste escopo, a MEMÓRIA de cada passo é fundamental e, mesmo que subjetivamente, influenciará decisivamente nos RUMOS DADOS PARA A BUSCA PELA SOLUÇÃO DAS DEMANDAS POLICIAIS!

Os AGENTES DE SEGURANÇA podem agir motivados prioritariamente pela COMPETÊNCIA na aquisição de TÉCNICAS, pela EXPERIÊNCIA no aperfeiçoamento das TÁTICAS, ou por ambas as matizes. Independentemente de sua decisão, o FUNDAMENTAL é que o Policial tenha MOTIVAÇÃO para agir (ou deixar de agir) eivado pela LEGALIDADE e pela DOUTRINA, sempre com o propósito finalístico de PRESERVAR VIDAS, APLICAR A LEI e COMBATER O CRIME, servindo com excelência ao povo paulista.

Para cumprir tal mantra vocacional, assumido por juramento com o sacrifício da própria vida, o POLICIAL MILITAR NÃO PODE FICAR PARADO! O MOVIMENTO perene em sua carreira permitirá o uso, com sabedoria, da competência e/ou experiência para resolver problemas. Afinal, “O CORPO QUE NÃO VIBRA, NÃO VIVE!” FOCO NA MISSÃO!

*Major PM Eduardo Mosna Xavier – Subcmt do 14° BPM/M, Doutor em Ciências Policiais pelo CAES e Doutor em Educação pela USP

Foto: Polícia Militar

 

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