Três em cada dez consumidores (32%) já sofreram ou passaram por alguma tentativa de fraude em compras pela internet, seja por não receberem o produto adquirido em um site falso, ter o cartão de crédito ou débito clonado ou até ser abordado pelo infrator via WhatsApp. Os dados são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Offerwise Pesquisas.
Como consequência, 35% dos entrevistados admitiram que deixaram de comprar online nos últimos três meses devido ao medo de serem vítimas de fraudes. O advogado especialista em crimes digitais Francisco Gomes Junior, presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), explica que os golpistas estão cada vez mais sofisticados e criam métodos que dificultam sua identificação. “O consumidor precisa estar sempre atento, verificar a procedência do site e desconfiar de ofertas muito abaixo do preço praticado”, alerta.
A pesquisa também aponta que 119,5 milhões de pessoas realizaram compras online nos últimos 12 meses, sendo que 90% delas utilizaram o celular para esse fim. Apesar dos riscos, os principais canais de venda continuam sendo aplicativos (70%) e sites de lojas (69%), enquanto redes sociais como Instagram (13%) e WhatsApp (11%) são menores.
As plataformas estrangeiras lideraram o ranking de utilização, com Shopee (64%), Mercado Livre (61%) e Amazon (42%) nas primeiras posições. O gasto médio dos consumidores na última compra foi de 216 reais, uma redução de 33 reais em comparação com 2023. Em termos de pagamento, o PIX é o método mais utilizado (60%), seguido do cartão de crédito (55%, queda de 7 pontos percentuais antes de 2023) e o cartão de débito (20%).
Diante das fraudes envolvendo o e-commerce, vale a pena seguir algumas dicas valiosas. Segundo o especialista, verificar as atualizações do site antes da compra, preferir lojas e marcas conhecidas, utilizar métodos de pagamentos seguros, evitar acessar links de e-mails e mensagens suspeitas, além de utilizar cartões virtuais temporários fazem a diferença. “É importante que o consumidor esteja sempre alerta quanto a mensagens ou e-mails suspeitos que solicitem informações pessoais ou pagamentos fora das plataformas seguras”, finaliza o presidente da ADDP.
*Dr. Francisco Gomes Júnior é Advogado sócio da OGF Advogados, especialista em Direito Digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Formado pela PUC-SP, pós-graduado em Direito de Telecomunicações pela UNB e Processo Civil pela GV Law – Fundação Getúlio Vargas. Foi Presidente da Comissão de Ética Empresarial e da Comissão de Direito Empresarial na OAB. Instagram: @franciscogomesadv – @ogf_advogados
Foto: Divulgação Assessoria