A Câmara de Osasco realizou, na noite da quinta-feira, 22 de maio, uma Audiência Pública para a prestação de contas da Secretaria de Saúde do município. Técnicos da pasta apresentaram os dados do primeiro quadrimestre de 2025, que revelam aumento do número de consultas e exames, em relação ao mesmo período de 2024, com ênfase na atenção primária.
Conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Gabriel Saúde (AGIR), a audiência trouxe a prestação de contas aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde. “Essa Comissão está aqui para ajudar, estamos à disposição, mas ela também está para fiscalizar e cobrar o que tem que ser cobrado”, pontuou o parlamentar, que cobrou o recadastramento dos usuários do sistema de saúde do município.
Segundo o secretário de Saúde, Fernando Machado de Oliveira, a Lei Orçamentária Anual definiu o orçamento da pasta em R$ 1,2 bilhão e os valores investidos superam o mínimo constitucional, de 15% do orçamento.
A atenção primária à saúde foi destaque. Conforme explicou o gerente de Vigilância Epidemiológica, Satiro Márcio Júnior, Osasco realizou 1,76 milhão de atendimentos ambulatoriais, contemplando 354.568 pessoas.
Também houve alta demanda de procedimentos em comparação com 2024. Os números contemplam 1,1 milhão de exames, 188,4 mil doses de vacinas aplicadas, 270 mil testes rápidos e 69 mil usuários de farmácia atendidos.
Outro dado positivo foi a redução da taxa de faltas de pacientes a consultas médicas, atendimentos e procedimentos, com média de 23,8%. Em 2024, o absenteísmo era de mais de 33%. “A gente está fazendo uma conscientização; em torno de 20 é uma boa taxa”, opinou Machado. Ele parabenizou a equipe de saúde pela inversão da pirâmide de atendimento, que foca nas ações de prevenção (atenção primária).
Em relação à cobertura vacinal, a aplicação de doses do calendário vacinal infantil superou os 100%. Outra campanha que chamou a atenção, segundo os técnicos, é a da gripe, que registrou a aplicação de 67,6 mil doses até o último dia 19 de maio.
O município também tem como desafio a vacinação infantil contra a dengue, para crianças de 10 a 14 anos, que aplicou 22.250 doses. A cobertura foi de 52%, devido à falta do envio total das doses previstas pelo Ministério da Saúde.
Ainda segundo o secretário, Osasco monitora casos de dengue e de síndrome gripal. No caso da dengue, mesmo com 7,1 mil casos prováveis, houve cinco mortes – com letalidade de 2,73% nos casos graves e de 0,07% nos prováveis.
QUESTIONAMENTOS
Após a apresentação, os parlamentares apresentaram seus questionamentos. Héber do JuntOz (PT) perguntou sobre o impacto de possíveis dificuldades financeiras nas políticas públicas.
Josias da Juco (PSD) defendeu ações de incentivo à doação de leite e destacou emenda de sua autoria, direcionada ao Banco de Leite da Maternidade Amador Aguiar para a aquisição de veículo.
Sérgio Fontellas (Republicanos) sugeriu soluções para melhorar o atendimento na UBS do Jardim Roberto. Guilherme Prado (PRD) propôs estudos para ampliar a capacidade de atendimento do Hospital Antônio Giglio. Rodolfo Cara pediu a facilitação do atendimento às demandas dos conselhos tutelares do município.
Questões como falta de agentes de saúde, auxiliares de farmácia e necessidade de reforço na segurança das unidades de saúde também foram debatidas.
Munícipes apresentaram questionamentos sobre a falta de atendimento odontológico nas unidades de saúde. “Não consigo vaga para meus filhos no posto de saúde para ser atendido com dentista. A fila é de um ano e meio. Como pode?”, perguntou Carla César Pereira.
O secretário respondeu que existe um déficit de dentistas no município e que foram contratados oito profissionais. De acordo com ele, o déficit de profissionais existe. A gente não consegue preencher as vagas”, disse. Mesmo assim, as UPAs têm dentistas para urgência e emergência e o serviço na unidade do Centro é 24 horas.
Foto: Ricardo Migliorini/CMO