As Limitações da Tecnologia no Combate ao Crime e a Necessidade da Presença Policial no Cotidiano – *Renan Aversani Silva

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Sabe aqueles filmes com sociedades futuristas, em que robôs e humanos interagem e a vigilância é quase sufocante, com diversos recursos de Inteligência artificial operando e identificando as pessoas e seus mínimos movimentos? Tenho algo pra te dizer: Este futuro está bem próximo. Mas será que todos esses recursos serão suficientes para a complexa realidade em que vivemos? A tecnologia consegue preencher e atender as lacunas sociais e éticas da interação humana?

É bem verdade que a tecnologia revolucionou a forma como enfrentamos o crime. Ela nos ofereceu ferramentas como câmeras de vigilância, reconhecimento facial, algoritmos e análises de dados; instrumentos que identificam, previnem e solucionam crimes que levariam meses, talvez anos para serem esclarecidos em apenas dias de investigações. Isso sem citar o acompanhamento ao vivo de ações policiais e monitoramento.

Hoje estão disponíveis câmeras inteligentes que monitoram áreas públicas em tempo real, algoritmos que mapeiam regiões com maior probabilidade de incidência criminal, reconhecimento facial que auxilia na identificação de suspeitos, além dos famosos drones e satélites que ampliam a cobertura de supervisão.

Todas as ferramentas que foram citadas aumentam a eficiência, reduzem custos e minimizam riscos para os agentes. No 14º BPM/M, o Núcleo de Drones é exemplo claro da eficiência, bem como a Sala de Operações da 5ª Cia PM, que é conectada com diversas câmeras espalhadas pela cidade e que auxilia o trabalho policial com informações em tempo real. É notório o acréscimo que a tecnologia trouxe para o combate ao crime aqui em Osasco.

Mas tem uma pergunta do primeiro parágrafo deste texto que ainda não foi respondida: A tecnologia consegue preencher e atender as lacunas sociais e éticas da interação humana?  

O excesso do uso de inteligência artificial tem gerado debates no mundo todo no que tange questões de privacidade e autoritarismo. Vigilância em massa ameaça direitos individuais e são ferramentas para controle social em regimes autoritários e em democracias devem ser pautas a serem debatidas com a sociedade para que o excesso de monitoramento não agrida a privacidade e gere desconfiança na população.

A máquina consegue de fato substituir o trabalho presencial do policial nas ruas, no atendimento de ocorrência e no contato com a sociedade? Você se sentiria confiante apenas com o aparato tecnológico?

Um exemplo básico: Uma discussão. Será que a câmera de vigilância consegue distinguir uma conversa de uma discussão? Uma briga de um desentendimento? Identificar uma intenção?

O emprego humano, sim. Não só interpreta como sabe lidar com maleabilidade em certas situações, mediar conflitos e analisar a gravidade e a tomada de decisão proporcional que o momento exija. A velha e boa conversa.  A polícia na rua, no tête-à-tête com o cidadão, no embate com a criminalidade gera poder de prevenção e dissuasão. Existem situações que apenas a intervenção humana pode salvar vidas e trazer segurança.

Aliando o trabalho físico com a tecnologia, a sociedade só se beneficia.

Em suma, a tecnologia é de extrema importância, mas não deixa de ser apenas uma ferramenta complementar ao trabalho humano; deve ser tida como uma aliada, não substituta.

*Renan Aversani Silva é Bacharel em Comunicação Social e Jornalismo / Pós-graduando em Comunicação Corporativa Estratégica e Gestão de Crise- FAAP/ Técnico em Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública

Foto: 14º BPM/M

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