ARTESP e concessionárias começam a divulgar a campanha Janeiro Roxo-Todos contra a Hanseníase

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Quem circular pelas rodovias paulistas verá a seguinte mensagem nas centenas de painéis eletrônicos.

Janeiro Roxo – Todos Contra a Hanseníase

Pés e mãos dormentes

Procure um médico

A ARTESP-Agência de Transporte do Estado de São Paulo e concessionárias apoiam, mais uma vez, a campanha “Janeiro Roxo — Todos contra a Hanseníase”. O objetivo é alertar os motoristas e usuários sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da hanseníase, doença transmitida pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta os nervos e é transmissível. Além disso, os prédios da ARTESP e das concessionárias serão iluminados com a cor roxa.

A iniciativa da ARTESP e concessionárias é uma parceria com a SBH-Sociedade Brasileira de Hansenologia, realizadora da campanha “Janeiro Roxo – Todos contra a Hanseníase” desde 2015. Este é o 7º ano em que a agência reguladora e as operadoras de rodovias participam da ação.

Milton Roberto Persoli, diretor-geral da Agência, comentou: “A ARTESP tem um papel social muito importante e apoia campanhas de promoção da saúde e combate ao preconceito. Quanto mais informações divulgamos mais dialogamos sobre a doença”.

A agência e as concessionárias também divulgarão conteúdos em suas redes sociais e para seus públicos internos.

Claudio Salgado, presidente da SBH, comenta que as parcerias têm contribuído significativamente com a estratégia de dar visibilidade à doença. “É preciso que a sociedade saiba que a hanseníase é um problema de saúde pública, que é preciso aumentar os diagnósticos, dar tratamento digno aos pacientes, orientar a população e formar profissionais de saúde para enfrentar este cenário”.

JANEIRO ROXO

Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e adotou a cor roxa para ações de conscientização sobre a doença. A campanha “Todos Contra a Hanseníase” acontece durante o ano inteiro, mas é intensificada durante o primeiro mês do ano. A SBH é parceira oficial da ação global NTD World Day-Neglected Tropical Diseases World Day, que acontece em todo o mundo.

NÚMERO DE CASOS

O Brasil, em média, registrava cerca de 30 mil novos casos por ano antes da pandemia, mas a SBH alerta que existem de três a cinco vezes mais casos sem diagnóstico e uma endemia oculta “altíssima” de hanseníase. Significa milhares de pessoas sem tratamento e transmitindo o bacilo a pessoas saudáveis.

Segundo a SBH, o país vem registrando um aumento do percentual de pessoas diagnosticadas com grau 2 de incapacidade física (sequelas incapacitantes) como consequência de diagnósticos tardios.

Nos últimos anos, a SBH tem acompanhado aumento substancial de novos diagnósticos em localidades brasileiras com hansenólogos atuando e onde são feitas ações de capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico e tratamento da hanseníase, o que comprova o cenário de endemia oculta da doença. Foi o que ocorreu em Jardinópolis, interior paulista, que tem um dos maiores índices da doença no país, e em Ribeirão Preto, detentora do maior índice no Estado de São Paulo.

A HANSENÍASE NO BRASIL

O Brasil é um dos poucos países que continuam diagnosticando a doença. Há anos, a SBH vem alertando autoridades brasileiras e estrangeiras sobre o problema das localidades sem registro de hanseníase, tanto no Brasil quanto em países em situação socioeconômica e condições sanitárias piores. No artigo “Os números de casos de hanseníase são confiáveis?”, publicado na revista The Lancet, em 2018, os hansenologistas brasileiros já chamavam a atenção da OMS sobre o problema.

HANSENÍASE

O mais recente Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra que, de 2016 a 2020, foram diagnosticados 155.359 casos novos de hanseníase no país.

A doença tem cura e tratamento gratuito em todo o território nacional. O diagnóstico é clínico, ou seja, o paciente apresenta um conjunto de sinais e sintomas que podem ser identificados em consulta médica. Em tratamento, o doente deixa de transmitir a hanseníase.

Como o bacilo agride os nervos, o paciente os apresenta espessados, além de manchas irregulares avermelhadas ou esbranquiçadas pelo corpo. Em algumas áreas da pele pode haver perda de pelos, diminuição e até perda total de sensibilidade e ausência total ou parcial de suor, entre outros sintomas.

Porque a doença foi equivocadamente considerada controlada, os profissionais de saúde não são preparados nas universidades para diagnosticar a hanseníase. Por isso, é comum o paciente conviver muitos anos com o Mycobacterium leprae, bacilo causador da doença, transmitindo-a a seus comunicantes. Esses pacientes passam por inúmeros serviços de saúde e não raro são diagnosticados com doenças reumatológicas, por exemplo (por causa de dores nas articulações), trombose (por causa da dificuldade em caminhar) e até infarto (pelas dores nos nervos dos braços), além de várias outras doenças.

O número de crianças menores de 15 anos com hanseníase é preocupante — como a doença demora alguns anos para se manifestar, esses casos sinalizam que as crianças estão sendo contaminadas dentro de casa.

A estratégia de enfrentamento à hanseníase é a informação da população, a capacitação de profissionais de saúde e a ampliação dos diagnósticos para quebrar a cadeia de transmissão do bacilo.

 

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