Por decisão da Assembleia Mundial de Saúde e com o apoio da ONU, desde outubro de 1987, o Primeiro de Dezembro foi instituído como o Dia Mundial da Luta contra a Aids. No ano seguinte, em nosso país, a data passou a ser adotada, por meio de uma portaria assinada pelo Ministério da Saúde. Trata-se de batalha a ser travada diariamente, com esclarecimento, prevenção e, o que é mais importante, sem qualquer tipo de preconceito, que, como tenho defendido há anos, agride mais que a doença. Apesar de avanços alcançados nos últimos anos, não nos esqueçamos de que novas gerações surgem e não possuem o mesmo conhecimento da enfermidade que as anteriores adquiriram, ficando, assim, mais vulneráveis ao contágio desse mal. Acho, portanto, muito oportuno recordar-lhes trechos de uma matéria de Karine Salles, do portal Boa Vontade:
“Apesar da tendência à estabilidade, a epidemia de HIV/aids afeta de maneira diferenciada as diversas regiões do mundo. De acordo com dados estatísticos de 2014, divulgados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids), existem 36,9 milhões de pessoas com o vírus. No Brasil, são cerca de 734 mil. A organização reconheceu que novas infecções e mortes relacionadas à aids caíram para os níveis mais baixos desde o pico da epidemia, na década de 1990.
“Ao portal Boa Vontade, o Dr. Pedro Chequer, ex-coordenador-geral do Unaids no Brasil, ressaltou os avanços brasileiros para coibir a doença. ‘Desde os anos 1990, o país adotou a política de acesso ao antirretroviral pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e, graças a ele, foi possível a manutenção dessa política nos dias de hoje’. O Brasil foi um dos pioneiros a distribuir, gratuitamente, toda a medicação necessária para o combate ao vírus.
“O modelo brasileiro de prevenção ao HIV e à assistência ao portador do vírus é considerado pela ONU um dos melhores do planeta, sobretudo no tratamento de populações mais vulneráveis. Entretanto, estudos registram que as regiões Norte e Nordeste sofrem com o aumento da mortalidade e do número de novos casos. E, de modo surpreendente, na região Sul a epidemia tem crescido, e a ocorrência de mortes também. (…)
“O tratamento é relativamente alto e, segundo o Dr. Chequer, ‘varia de país a país’. Muito recentemente, eram gastos R$ 800 milhões para atender 200 mil pacientes, o que dá uma média de R$ 4 mil por indivíduo. ‘Esse custo, nos anos 1990, era superior a R$ 20 mil’, disse o médico. Ele reforçou: O mais importante agora, com as pesquisas, é, primeiro, estabelecer uma agenda de mobilização social, dos meios de comunicação, da comunidade, de lideranças locais, para que possam estar envolvidos nesse processo. E, segundo, analisar a questão da ampliação da testagem para diagnóstico mais precoce’”.
O Dr. Pedro Chequer encaminhou ainda um e-mail à equipe do portal Boa Vontade, em que revela sua admiração pelo Templo da Paz, como é conhecido o monumento mais visitado de Brasília/DF: “Sou um frequentador do Templo da Boa Vontade e, sempre que há visitas do exterior, faço questão de levá-las para conhecer o local. Este fato se soma à minha missão de buscar informar e disseminar o conhecimento sobre a aids”.
Também numa entrevista ao portal Boa Vontade, encontramos o testemunho da pedagoga Nair Brito, portadora do HIV há mais de 18 anos: “Com 30 anos de epidemia, muita gente ainda nos estigmatiza, e isso é ruim. É um desafio superado a cada dia, e você acorda agradecendo por estar viva, pedindo a Jesus que permaneçamos vivendo com dignidade”. Para finalizar, Nair fez um alerta: “Quem não está infectado com o HIV se proteja. Proteja-se mesmo, porque não é bom viver com HIV, mesmo tendo os medicamentos”.
*José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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