*Segunda-feira, final de tarde*. Chego cansado do trabalho e resolvo ligar a televisão para relaxar, porém, ao sintonizar no canal da emissora X, sou bombardeado por notícias de violência urbana, morte e terror. Mudo de canal, buscando aliviar a tensão da mente e do corpo.
Na emissora Y, mais notícias sobre violência urbana, agora acompanhadas de tragédias climáticas: pessoas perdendo o pouco que possuem em alagamentos e desabamentos. Exausto do dia de trabalho e das cobranças diárias, continuo em busca de algo mais leve. Troco novamente de canal, esperançoso de encontrar um conteúdo que me traga paz. Mas, na emissora Z, o cenário se repete. *Parece até que a televisão está escorrendo sangue*. Tenso, desligo o aparelho.
Certamente, você já se viu nessa situação. Parece que vivemos em uma guerra civil: tememos ser assaltados ao sair de casa, sermos vítimas de uma bala perdida ou surpreendidos por enchentes devastadoras. Pior ainda é pensar que tudo isso pode ocorrer com alguém que amamos.
Essa sensação de vulnerabilidade nos atinge de tal forma que já não nos sentimos seguros nem mesmo dentro de nossas próprias casas. O medo invade nosso bem-estar social.
De acordo com o psicólogo americano Abraham Harold Maslow, a segurança é nossa segunda maior necessidade, superada apenas pelas necessidades fisiológicas. E quando falamos de segurança, estamos nos referindo a diversos aspectos: segurança alimentar, financeira, no trânsito, privada e pública. É justamente na segurança pública que a espetacularização da mídia entra no nosso dia a dia.
O tema da segurança pública é amplamente explorado pela mídia, que se alimenta da divulgação e da espetacularização de crimes, violência e tragédias que impactam a população. Com o advento das redes sociais e de novos meios de comunicação, as coberturas tornaram-se mais abrangentes, com transmissões ao vivo, reportagens diretamente do local dos acontecimentos e a divulgação incessante de crimes e operações policiais.
Esse bombardeio constante de informações tem um impacto profundo. Imagine que você mora em uma cidade pacata do interior, mas consome apenas noticiários das grandes emissoras, que exploram e amplificam a violência urbana, a morte e a tragédia. Esse excesso de consumo cria uma falsa sensação de que essa também é a sua realidade, mesmo que não seja.
Não nego a existência da violência e da insegurança, mas é importante destacar que a exploração excessivas desses temas agravam a percepção de mal-estar social. Cabe às instituições de segurança pública adotar uma comunicação estratégica e equilibrada com a imprensa, que traga à tona não apenas as notícias negativas, mas também as positivas.
O 14º BPM/M é um exemplo de sucesso nessa abordagem dentro da Policia Militar do Estado de São Paulo. Em 2024, foram elaboradas mais de 502 notas de imprensa, resultando em mais de 1.700 notícias positivas. A sensação de segurança, além do visível no cotidiano, com a ostensividade da Polícia na rua, passa por aí, pela quantidade de notícias e principalmente o conteúdo da notícia. Sempre prezando pela veracidade e transparência.
É com trabalho, estratégia e inteligência na comunicação que podemos mudar a percepção do bem-estar social em Osasco. *Foco na missão!*
*Renan Aversani Silva é Bacharel em Comunicação Social e Jornalismo / Técnico em Policia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública
Foto: 14º BPM/M