Uma pesquisa publicada recentemente no JAMA Psychiatry intitulada de “Estimulação Theta-Burst intermitente acelerada e depressão bipolar refratária ao tratamento – Um ensaio clínico randomizado” apontou resultados promissores de uma nova terapia de estimulação cerebral no tratamento de depressão resistente.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford, testou uma técnica chamada “estímulo transcraniano de alta frequência”, que mostrou ser eficaz para reduzir os sintomas em pacientes que não respondiam a tratamentos convencionais. Dos participantes, 53% experimentaram uma resposta positiva, e cerca de 40% alcançaram a remissão total dos sintomas, abrindo uma nova esperança para milhões de pessoas que sofrem dessa condição.
A depressão resistente é um dos maiores desafios da psiquiatria moderna, afetando cerca de 30% dos pacientes que não encontram alívio nos tratamentos tradicionais. Relatos de figuras públicas como Pamela Anderson, que recentemente falou sobre sua batalha de longa data contra a depressão, destacam a importância de novas abordagens. Anderson, que enfrentou crises de saúde mental durante sua carreira, é uma das muitas vozes que reforçam a necessidade urgente de terapias mais eficazes e acessíveis para quem sofre com a doença.
NEUROMODULAÇÃO NÃO INVASIVA NO BRASIL
A neuromodulação, técnica que utiliza estímulos elétricos ou magnéticos para modular a atividade cerebral, tem se consolidado como uma alternativa no tratamento da depressão resistente. No Brasil, centros de tratamento neurológico já adotam essa abordagem, com destaque para o Estímulo Magnético Transcraniano (EMT). A técnica visa regular áreas específicas do cérebro associadas ao humor e às emoções.
Ela ressalta os avanços científicos no uso dessa técnica para tratar a depressão resistente “As evidências científicas acumuladas nos últimos anos mostram que a neuromodulação, especialmente o Estímulo Magnético Transcraniano (EMT), tem apresentado resultados promissores em pacientes que não respondem a tratamentos convencionais. Estudos demonstram que uma parte significativa dos pacientes experimenta melhora considerável, com muitos atingindo remissão completa dos sintomas”, explica a especialista.
*Dra. Carolina Souza, neurocientista com PhD em neurologia pela USP