Usina de Parnahyba: 122 anos de uma obra de engenharia hidrelétrica que marcou época

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A construção da Usina de Parnahyba foi um desafio e tanto. Inaugurada em 1901, pela antiga Light, numa época carente de tecnologia e de grandes desafios, a sua construção foi considerada a principal obra de engenharia hidroelétrica do Brasil. No sábado, 23 de setembro, ela completa 122 anos.

O local escolhido pela Light para a construção de sua primeira usina hidrelétrica foi a Cachoeira do Inferno, uma queda d´água natural do Rio Tietê, na cidade de Santana do Parnaíba, próxima da capital paulista.

Por se tratar de um local de difícil acesso, a 33 Km de distância de São Paulo, a companhia canadense precisou criar uma rede de estradas e contava com o apoio da malha ferroviária para transportar os insumos e equipamentos que, em sua maioria, eram importados dos Estados Unidos e chegavam ao Porto de Santos. Da capital, o material era levado até a estação de trem de Barueri e dali seguia por mais 13 Km em carro de boi até a obra, num terreno íngreme, às margens do rio.

Construir a usina e uma barragem com mais de 15 metros de altura em apenas quinze meses foi um feito para a época! Um total de oito mil toneladas de material de construção e mais 450 toneladas de material para os geradores, foram utilizados nessa obra.

Inaugurada com duas turbinas e com suas linhas de transmissão estendidas até a subestação de Paula Souza, na área central da capital paulista, a usina passou a suprir as necessidades energéticas da cidade, que anteriormente era alimentada por uma usina provisória a vapor instalada na Rua São Caetano.

Juntamente com a expansão da usina, a Light construiu a represa de Guarapiranga, nas imediações de São Paulo. Em 1907, a represa era capaz de armazenar 196 milhões de m3 de água, garantindo os recursos hídricos necessários para a usina nas épocas de seca do Rio Tietê. A usina atingiu sua capacidade máxima em 1912, gerando 16.000 kW de energia com oito turbinas. Nessa ocasião, a tensão nas linhas transmissoras foi elevada de 24.000 para 40.000 volts.

Porém, como parte da implantação do Projeto Serra, em 1952, para aumento da disponibilidade de água para geração na Usina Henry Borden, em Cubatão, com o bombeamento das águas do Rio Juquehy, existente a jusante da estrutura, a barragem foi alteada e a usina relocada para junto dela. Na nova estrutura, foi instalada uma unidade maior e reversível (permitindo gerar e bombear).
Em meados dos anos 80, em função do crescimento desordenado e da poluição despejada no Rio Tietê, esse esquema de reversão já apresentava sinais de esgotamento e, com isso, sua unidade foi transferida para Usina Elevatória Pedreira, na região de Interlagos, para incrementar o bombeamento do Canal Pinheiros para o Reservatório Billings para controle de cheias.

No local, foi mantida apenas a barragem, batizada de “Barragem Edgard de Souza”, em homenagem a um ex-diretor da Light, e foram construídas três comportas de fundo para aumentar a capacidade de escoamento do Rio Tietê ajudando a evitar enchentes na cidade de São Paulo.

A EMAE, sucessora da Light e atual responsável pelo empreendimento, está a poucos passos de trazer de volta para a cidade de Santana de Parnaíba uma geradora de energia.

O projeto consiste em uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), na Casa de Força da Barragem Edgard de Souza, onde serão instaladas três unidades geradoras de 6 MW, em concepção diferente da original, totalizando de 18 MW.

EMAE

A EMAE – Empresa Metropolitana de Águas e Energia é uma empresa de capital aberto, cujo controle pertence ao Governo do Estado de S. Paulo. É detentora e operadora de um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Médio Tietê, com capacidade total instalada de 935 MW. A empresa possui, também, uma usina termoelétrica na Capital, atualmente arrendada para a Baixada Santista Energia – BSE, além da subsidiária integral denominada Pirapora Energia, detentora da Pequena Central Hidroelétrica Pirapora, de 25 MW de potência instalada.

Foto: Fundação Energia e Saneamento

 

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