O Museu do Ipiranga inaugura, no dia 25 de janeiro, a exposição temporária Memórias da Independência, primeira a ocupar sua nova sala expositiva dedicada a exposições de curta duração. A mostra discute o protagonismo do Grito do Ipiranga como marco absoluto da Independência e relembra diversos episódios, em vários pontos do território nacional, que contribuíram com a ruptura definitiva do Brasil com Portugal.
Aclamação de Dom Pedro I Imperador do Brasil, no Campo de Santana, no Rio de Janeiro. Parte da obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil – Jean-Baptiste Debret – Paris, França, 1839 Impresso – Acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin-USP, São Paulo/SP
Com cerca de 900m², a nova sala expositiva é climatizada, permitindo o empréstimo de obras de outros acervos. Memórias da Independência fica em cartaz até o dia 26 de março e a entrada é gratuita e livre, sem a necessidade de ingressos. Serão distribuídas senhas no local aos interessados.
A curadoria é de Paulo César Martins, Maria Aparecida de Menezes Borrego e Jorge Pimentel Cintra, todos pertencentes ao quadro docente do museu, e a curadoria adjunta é de Márcia Eckert Miranda, Carlos Lima Junior e Michelli Cristine Scapol Monteiro.
Estudo para Os Mártires – Antônio Parreiras., cerca de 1927 – Óleo sobre tela – Acervo Museu Antônio Parreiras, Niterói.
A mostra é dividida em dois eixos temáticos. O principal deles revê os marcos comemorativos da Independência brasileira, desde aqueles produzidos já na década de 1820 até o seu bicentenário. A mostra se vale de esculturas, pinturas, fotografias, estudos arquitetônicos e pictóricos, objetos decorativos, selos, desenhos, cartões-postais, discos, cartazes de filmes e charges para ilustrar o imaginário acerca desta efeméride no Brasil, evidenciando as disputas entre São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador pelo protagonismo destas narrativas.
Inicialmente, são apresentados os primeiros esforços de manutenção da memória do Ipiranga como lugar do grito que instaurou a Independência. Esses esforços se manifestavam em imagens produzidas por artistas que representaram a colina do Ipiranga como local do grito. Já o papel do Rio de Janeiro como sede política do Império e da nova monarquia independente foi representado em pinturas, gravuras e através do Monumento a D. Pedro I, primeiro grande monumento escultórico do Brasil.
Palácio de Festas – A.C. da Costa Ribeiro, 1922 – Cartão-postal – Coleção particular, São Paulo
A seguir, observam-se as iniciativas de comemoração desencadeadas a partir de 1872, o cinquentenário, e as comemorações de 1922, quando ocorreu a Exposição Nacional do Centenário da Independência – uma grande feira internacional realizada com o intuito de associar a efeméride ao reconhecimento das maiores potências estrangeiras da época.
Também são abordadas as iniciativas do governo paulista em priorizar o Ipiranga e o Estado de São Paulo como epicentro do centenário: há um concurso internacional para a construção do novo Monumento à Independência, novas exposições foram planejadas para o Museu do Ipiranga, além da criação de monumentos no caminho percorrido por D. Pedro I, entre Santos e São Paulo.
Dom Pedro I – Benedito Calixto, 1902 – Óleo sobre tela – Acervo Museu Paulista-USP, São Paulo – Reprodução: Helio Nobre/José Rosael
No sesquicentenário de 1972, o regime militar se empenhou por tornar a festa cívica um ato de celebração nacional da própria ditadura. Por fim, em 2022, a reinauguração do Museu do Ipiranga, que estava fechado ao público desde 2013, é o marco do bicentenário.
No segundo eixo temático, a exposição aborda as memórias relativas às “outras independências”, movimentos de separação que foram realizados no território do império brasileiro, como a Revolução Pernambucana de 1817, a Confederação do Equador de 1824 (com seu foco também em Pernambuco) e a Revolução Farroupilha, que durou de 1835 a 1845 (em território gaúcho), e suas celebrações ao longo dos séculos 19 e 20.
SERVIÇO
Memórias da Independência
De 25 de janeiro a 26 de março de 2023, na Sala de Exposições Temporárias (Piso Jardim)
Museu do Ipiranga
Terça a domingo, das 11h às 17h
Entrada gratuita – Não há necessidade de retirada de ingressos. A exposição é aberta ao público e poderá ser visitada conforme a lotação do espaço, que será controlada mediante a distribuição de senhas.
É obrigatório o uso de máscara nas dependências do Museu.
Rua dos Patriotas, nº 20
Como chegar
Transporte público: De metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).
Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura — Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela — Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã — Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera — Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã — metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior — Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo — São Paulo).
Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da Rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°.
Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.